Cientistas dizem ter encontrado 'monstro do mar' em deserto no Peru.
Na revista Nature, os cientistas chamaram a criatura, que viveu há 12 milhões de anos, de "Leviatã".
baleia cachalote |
A Leviatã era bastante parecida com a baleia cachalote moderna em termos de tamanho e aparência.
Mas é aí que termina a semelhança. Enquanto a baleia cachalote é um animal relativamente passivo, que engole lulas do fundo do mar, a Leviatã era uma agressiva predadora.
"Monstro do mar".
De acordo com Christian de Muizon, diretor do Museu de História Natural de Paris, a Leviatã poderia ter caçado e comido grandes criaturas marinhas como golfinhos, focas e até mesmo outras baleias.
"Era um tipo de monstro do mar", disse. "E é interessante notar que ao mesmo tempo, nas mesmas águas, havia outro monstro, que era um tubarão gigante de cerca de 15 metros de comprimento. É possível que eles tenham lutado".
Os pesquisadores especulam que a Leviatã podia caçar presas grandes, de até oito metros. A baleia capturava outros animais com sua enorme mandíbula e os destruía rapidamente com seus grandes dentes.
Um fóssil do crânio da baleia, de três metros de comprimento, foi descoberto por pesquisadores no sul do Peru, em 2008. Um pupilo de Muizon, Olivier Lambert, estava no grupo.
"Era o último dia da nossa viagem de campo quando um dos nossos colegas veio e disse que achava ter encontrado algo muito interessante", disse Lambert.
"Nós imediatamente vimos que era uma baleia muito grande e quando olhamos de perto vimos que era uma baleia cachalote gigante com dentes gigantes".
Os dentes eram mais do que duas vezes maiores em comprimento e diâmetro do que os
que encontrados em baleias cachalote modernas e estavam localizados na arcada inferior e também na superior.
As baleias cachalote modernas têm dentes apenas em sua arcada inferior.
A descoberta do crânio significa que a Leviathan não é apenas um mito.
Os pesquisadores não sabem as razões que levaram à extinção do Leviatã. Eles especulam que possíveis mudanças ambientais podem ter obrigado a criatura a mudar seus hábitos alimentares.
Isso pode ter levado ao surgimento das baleias cachalote, muito mais gentis, com o nicho carnívoro sendo preenchido por baleias mais agressivas como as orcas quando as condições voltaram a mudar.
Os autores do artigo publicado na Nature são todos especialistas em baleias e fãs do clássico da literatura americana Moby Dick, que relata a história de uma feroz baleia cachalote branca.
Eles batizaram a criatura com o nome científico de Leviathan melvillei, em homenagem ao autor do livro.
Livyatan melvillei é uma espécie extinta de cetáceo odontoceto da superfamília Physeteroidea. Os restos fósseis, compreendendo 75% do crânio, grandes fragmentos da mandíbula e maxila e vários dentes, foram descobertos no deserto de Pisco-Ica ao sul do Peru em 2008, em rochas do período Mioceno de 12-13 milhões de anos. Media entre 13 e 18 metros de comprimento, contando ainda com dentes que chegavam a medir até 36 centímetros. O gênero Leviathan proposto por Lambert e colaboradores possui um homônimo descrito por Kock em 1841, e emendando pelo mesmo autor em 1843, sendo considerado inválido pelas regras do código internacional de nomenclatura zoológica. Lambert e colaboradores retificaram a descrição descrevendo um novo nome para o gênero, Livyatan, derivado da pronúncia em língua hebraica.
Classificação científica:
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Subclasse: Eutheria;
Ordem: Cetacea;
Subordem: Odontoceti;
Superfamília: Physeteroidea;
Género: Livyatan Lambert et al., 2010.
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