segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cientistas britânicos descobrem a maior estrela do universo.

Cientistas britânicos descobrem a maior estrela do universo.


Cientistas britânicos anunciaram que descobriram a maior estrela visível do universo. Ela fica na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea.
Astrónomos britânicos descobriram o que se acredita ser a estrela de maior massa do universo. Os pesquisadores não revelaram exatamente qual é a estrela gigante. Mas disseram que tem uma massa 265 vezes maior do que a do Sol e é dez milhões de vezes mais luminosa.
Usando o Telescópio Extremamente Grande, no Chile, da Organização Europeia para a Investigação Astronômica no Hemisfério Sul (ESO, na sigla em inglês) – que reúne 14 países – e informações de arquivo capturadas pelo telescópio espacial Hubble, da agência americana (Nasa), a equipe liderada pelo astrofísico Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, calculou que a massa da estrela gigante teria sido 320 vezes maior que a do Sol no momento de sua formação, número que também é o dobro da estrela de maior massa anteriormente conhecida.
A estrela, batizada de R136a1, faz parte do aglomerado de estrelas jovens RMC 136a. Os astrônomos também encontraram outras estrelas imensas no aglomerado NGC 3603.
Ambos aglomerados foram apelidados de “fábricas de estrelas”, já que novos astros se formam constantemente a partir da extensa nuvem de gás e poeira das nebulosas.
O NGC 3603 fica a 22 mil anos-luz do sol, na Nebulosa da Tarântula, e o RMC 136a fica em uma galáxia vizinha à nossa, a 165 mil anos-luz de distância, a Grande Nuvem de Magalhães.
A existência de estrelas como essas, afirmam astrónomos, era mais comum no início do universo.
Embora a R136a1 seja a estrela de maior massa já encontrada, outras estrelas menos densas e com diâmetros maiores que a dela já eram conhecidas pelos astrônomos.

Planetas.

Ainda segundo os cientistas, é pouco provável que alguma dessas estrelas venha a ter planetas orbitando a seu redor, já que demoram mais tempo para serem formados que a "curta" vida das estrelas.
Muitas das estrelas observadas têm temperatura superior a 40 mil graus centígrados – mais de sete vezes superior à temperatura do Sol – além de serem dezenas de vezes maiores e milhões de vezes mais brilhantes que o astro.
“Ao contrário dos humanos, essas estrelas nascem pesadas e vão perdendo peso ao envelhecer”, disse Crowther.
“Com um pouco mais de um milhão de anos, a estrela mais extrema, a R136a1 já está na ‘meia idade’ e passou por um programa intenso de ‘emagrecimento’, perdendo mais de um quinto de sua massa inicial neste período, ou mais de 50 massas solares.”
Se a R136a1 substituísse o Sol em nosso Sistema Solar, “a sua grande massa reduziria a duração de um ano na Terra para apenas três semanas e banharia o planeta em uma radiação ultravioleta incrivelmente intensa, tornando a vida impossível em sua superfície”, afirma Raphael Hirschi, da Universidade de Keele, integrante da equipe.
Estrelas como essas são extremamente raras e se formam apenas nos aglomerados estelares mais densos.
Se houvesse algum planeta dentro do aglomerado RMC 136a, o céu nunca escureceria, já que a densidade de estrelas na região é 100 mil vezes maior do que em torno do Sol e muitas delas são extremamente brilhantes.
A descoberta ainda confirmou a hipótese anterior dos astrônomos, de que há um tamanho máximo para estrelas, e a R136a1 levou os cientistas a estenderem este limite.

MINOTAURO

Minotauro.

O Minotauro (touro de Minos) é uma figura mitológica criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem. De acordo com o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada pelo rei Minos.
Conta o mito que ele nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta, havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei. 
Poseidon aceita o pedido, porém pede em troca que Minos sacrificasse, em sua homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse. Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro. Isso não só aconteceu como também ela acabou ficando grávida do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta. Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses , que haviam matado Androceu (filho de Minos), o rei de Creta ordenou que fossem enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro. Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro. Ao chegar na ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa. Usou uma espada mágica, que havia ganhado de presente de Ariadne, colocando fim aquela terrível criatura. O herói ajudou a salvar outros atenienses que ainda estavam vivos dentro do labirinto. Saíram do local seguindo o caminho deixado pelo novelo de lã. O mito do Minotauro foi um dos mais contados na época da Grécia Antiga. Passou de geração em geração, principalmente de forma oral. Pais contavam para os filhos, filhos para os netos e assim por diante. Era uma maneira dos gregos ensinarem o que poderia aconteceu àqueles que desrespeitassem ou tentassem enganar os deuses

CÉRBERO

É o cão mais famoso da mitologia, guardião das portas do inferno e sua missão não era impedir a entrada de alguém, mas sim a saída. Um cão tão feroz e temido que o rei Euristeu achou que nem o próprio Hércules conseguiria enfrentá-lo, mas o semi-deus o dominou em seu 12° trabalho. Segundo a mitologia grega, Cérbero era filho de Tifom e Equidna, inimigo de Zeus, (Júpiter para os romanos) e irmão de outro cão e da hidra (a serpente de 7 cabeças ). Da sua união com a Quimera nasceram o leão de Neméia e a Esfinge. Quando os homens morriam, eram transportados na barca de Caronte para a outra margem do rio Aqueronte, onde se situava a entrada do reino de Hades. Lá estava o feroz Cérbero, que latia muito e para acalmar-lhe a fúria, os mortos lhe jogavam um bolo de farinha e mel que seus entes queridos haviam deixado nos túmulos. Era considerado na antiguidade um cão que comia gente. Mas há discrepâncias quanto á sua morfologia, quanto ao número de cabeças, mais a versão mais aceita é a de que seriam 3. A cauda também é atribuída várias formas, de escorpião, de cão ou de cabeça de serpente.

HYDRA


Em grego Ύδρα (Hýdra). É um derivado de (hýdor), água.
Funções: A Hidra de Lerna é um monstro horripilante, gerado pela deusa Hera, para "provar" o grande Hercules.
 A Hidra de Lerna era um animal fantástico da mitologia grega, filho dos monstros Tifão e Equidna, que habitava um pântano junto ao lago de Lerna, na Argólida, costa leste do Peloponeso. A Hidra tinha corpo de dragão e nove cabeças de serpente (algumas versões falam em sete cabeças e outras em números muito maiores) cujo hálito era venenoso e que podiam se regenerar.
Criada sobre um plátano, junto da fonte Amimone, perto do Pântano de Lerna, na Argólida, cujo hálito pestilento a tudo destruía: homens, colheitas e rebanhos.
A Hidra foi derrotada por Hercules, em um de seus doze trabalhos. Inicialmente Hércules tentou decepar as cabeças com uma foice, mas a cada cabeça que cortava surgia pelo menos mais uma no lugar. Decidiu então mudar de tática e, para que as cabeças não se regenerassem, pediu ao sobrinho Iolau para que as queimasse com um tição logo após o corte, cicatrizando desta forma a ferida. Sobrou então apenas a cabeça do meio, considerada imortal. Hercules segurou a Hidra com uma das mãos e com a outra ergueu um enorme rochedo, com o qual esmagou a última cabeça. Assim, o monstro foi morto.
Segundo a tradição, o monstro foi criado por Hera para matar Hercules. Quando percebeu que Hercules iria matar a serpente, Hera enviou-lhe a ajuda de um enorme caranguejo, mas Hercules pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo (ou Câncer).
Hercules, após matar a Hidra, aproveitou para banhar suas flechas no sangue do monstro, para torná-las venenosas.
Em grego Ύδρα (Hýdra). É um derivado de (hýdor), água.
Funções: A Hidra de Lerna é um monstro horripilante, gerado pela deusa Hera, para "provar" o grande Hercules.
A hidra com as cabeças, que renasciam, seria na realidade. O pântano de Lerna, drenado pelo herói. As cabeças seriam as nascentes, que, enquanto não fossem estancadas, tornariam inútil qualquer drenagem.
A venenosa serpente aquática, dotada de muitas cabeças, é frequentemente comparada com os deltas dos rios, com seus inúmeros braços, cheias e baixas. Consoante Paul Diel, a Hidra simboliza os vícios múltiplos, "tanto sob forma de aspiração imaginativamente exaltada, como de ambição banalmente ativa. vivendo nos pântano, a Hidra é mais especificamente caracterizada como símbolo dos vícios banais. Enquanto o monstro vive, enquanto a vaidade não é dominada, as cabeças, configuração dos vícios, renascem, mesmo que, por uma vitória passageira, se consiga cortar uma ou outra".
O Sangue da Hidra é um veneno e nele o herói mergulhou suas flechas. Quando a peçonha se mistura às águas dos rios, os peixes não podem ser consumidos, o que confirma a interpretação simbólica: tudo quanto tem contato com os vícios, ou deles procede, se corrompe e corrompe.
Representa o nosso interior ruim, nossas paixões e defeitos, ambições e vícios, o que existe de ruim dentro do nosso mundo interior. Enquanto a hidra, que representa esse monstro interior, não for dominada, enquanto nossas vaidades, futilidades e ostentações não forem dominadas, as cabeças continuam crescendo cada vez mais

QUIMERA




Na mitología grega, Quimera (em grego antigo Χίμαιρα Khimaira; latín Chimæra) é uma figura mítica que, apesar de algumas variações, costuma ser apresentada como um ser de cabeça e corpo de leão, além de duas outras cabeças, uma de dragão e outra de cabra. Outras descrições trazem apenas duas cabeças ou até mesmo uma única cabeça de leão, desta vez com corpo de cabra e cauda de serpente, bem como a capacidade de lançar fogo pelas narinas.

Origens.

Oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C.. Sempre exerceu atração sobre a imaginação popular.
De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon.
Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, que foram mortos por Hércules. Habitualmente era descrita com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, Quimera foi derrotada finalmente por Belerofonte com a ajuda de Pegaso, o cavalo alado, às ordens do rei Iobates de Licia. Há várias descrições de sua morte: algumas dizem simplesmente que Belerofonte a atravessou com seu lança, enquanto outras sustentam que a matou cobrindo a ponta da lança com chumbo que se fundiu ao ser exposto à ardente respiração de Quimera.
A representação plástica mais frequente da quimera era a de um leão com uma cabeça de cabra em sua espádua.
Quimera também pode ser considerada como um ser com corpo e cabeça de leão, com duas cabeças anexas, uma de cabra e outra de serpente.
Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica.
Figurativamente ou em linguagem popular mais ampla, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes, significando também utopia.
Em Alquimia, é um ser artificial (assim como o homúnculo), criado a partir da fusão de um ser humano e animal.
A palavra quimera, por derivação de sentido, significa também o produto da imaginação, um sonho ou fantasia (por exemplo: A Quimera de Ouro).
Quimera procede do grego Χίμαιρα Khimaira, que significa ‘macho cabrío’.
Existia também uma ninfa na Sicília chamada Quimera, a qual se apaixonou por Dáfnis.

Outros significados.

O termo quimera ou quimérico usa-se com frequência como paradigma do fantasioso, não passa de fruto da imaginação, uma ilusão, um sonho,
sobretudo se é favorável: o utópico. Em contextos técnicos, usa-se metaforicamente para descrever coisas que têm atributos combinados procedentes de fontes diferentes. Em genética, por exemplo, um organismo ou
tecido criado a partir de dois ou mais fontes genéticas diferentes denomina-se quimérico, como em pacientes submetidos a transplante s com órgãos de outros doadores. Esse sentido de mistura ou hibridación também tem passado ao espanhol através de ficções modernas (jogos de computador, anime, manga, etc).
Também se costuma denominar quimeras aos leões chineses ou cães de Fu.
A palavra quimera, tornada um substantivo comum veio a ser sinônimo de "criação ilusória da imaginação", de "ideia falsa", tendo também alimentado alguma

GRIFO




 Grifo é uma criatura lendária com cabeça e asas de águia e corpo de leão. Sua conotação é (geralmente) positiva; pois representa a águia (rainha das aves) e o leão (rei dos animais terrestres). Fazia seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são frequentemente descritos como sendo de ágata. Os grifos eram seres guardiães, que se cria guardarem tanto a cratera de vinho do deus Dioniso como o tesouro de Apolo situado no país dos Hiperbóreos, na Cítia.
Os grifos em geral cruzam com éguas. Desse cruzamento damos o nome de hipogrifo, mas tais cruzamentos são, de forma, raros.

Figura do Grifo.

Figura mitológica, o grifo era um ser fantástico que pertenceu a várias mitologias e foi reproduzido em diversas alturas da História, sendo bastante recorrente na Antiguidade, na Idade Média e na época renascentista.
A figura do grifo aparentemente surgiu no Oriente Médio onde babilônios, assírios e persas representaram a criatura em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela, A Princesa da Babilónia, dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. Na Grécia acreditava-se que viviam perto dos hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Também no Norte da Índia surgiram lendas relativas à intervenção dos grifos na procura do ouro. Aparecem referências a estes seres em obras como o Prometeu Agrilhoado, de Ésquilo, na qual denomina os grifos de "cães de Zeus". Filóstrato, escritor grego, referiu, na Vida de Apolônio de Tiana (livro VI. I), que os grifos da Índia eram guardiões do ouro. John Milton, no Livro II do Paraíso Perdido escreveu sobre os Arimaspos que se tentavam apoderar do ouro dos grifos. Também foi referido na poesia persa de Rumi. Na Idade Média Sir John Mandville escreveu sobre estes animais fabulosos no capítulo XXIX do seu célebre livro de viagens. Em tempos mais recentes, sua imagem passou a figurar em brasões, pois aparentemente possui muitas virtudes e nenhum vício.
Também são retratados em moedas, por exemplo, na lira italiana tem, entre outros desenhos, o de um grifo.

Inimigos dos Grifos.

Os grifos são inimigos mortais dos basiliscos. Há uma lenda de que os grifos entraram em combate com os cavalos que tentaram roubar o seu ouro. Assim, há uma grande rivalidade entre grifos e cavalos; fato que levou cavaleiros medievais a utilizar escudos com a imagem de grifos, para desencorajar os cavalos dos inimigos.

Simbolismo.

Como diversos animais fantásticos, incluindo centauros, sereias, fênix, entre outros, o Grifo simboliza um signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o fato de valorizar as artes e a inteligência, e o fato de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança.
Com o advento do Cristianismo, este sincretismo passou a simbolizar a união das duas naturezas de Jesus Cristo na sua pessoa.

Possível confusão.


 


Os grifos são possíveis confusões de fósseis de Protoceratops, dinossauros ceratopsídeos que viviam na Mongólia.

Significado do nome.

O seu nome, em grego, significa "recurvado", como alusão ao bico curvo de águia e às garras de leão. Provavelmente com origem no Médio Oriente, onde frequentemente se esculpiam em estruturas arquitectónicas (nomeadamente na Pérsia), tinham o nome de "querubim" ou kar?bu entre os Acádios.
A sua ligação à Pérsia e a presença de parte do corpo de um animal relacionado com o Céu como a águia e de um outro estreitamente conotado com a terra como o leão fez com que se associasse tanto aos magos persas, símbolo da sabedoria das coisas terrenas e celestes, como ao sincretismo dos poderes terreno e sobrenatural num só governante.

Desenho de Grifo.


Estatua de Grifo.

SEREIAS VERDADE OU MITO?

 


Sereia (do grego antigo: Σειρῆνας) é um ser mitológico, parte mulher e parte peixe (ou pássaro, segundo vários escritores e poetas antigos). É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daquela que, mais tarde foram classificados como sirénios.
Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisséia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Assemelham-se às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte conto O silêncio das sereias:
As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.
Sereia na mitologia.

Sereia, no mundo da mitologia e folclore, criatura que mora no mar, tem a cabeça e o tronco de mulher e a parte inferior do corpo igual à de um peixe. Nas numerosas histórias sobre elas, as sereias adivinham o futuro, outorgam poderes sobrenaturais às pessoas, enamoram-se dos mortais atraídos por suas canções, seduzindo-os, então, por sua beleza e convencendo-os a segui-las para o fundo do mar. Tanto a idéia de um amor ideal e fatal, como a de uma inalcançável beleza feminina, são partes inerentes desta lenda.

Outro tipo de sereia.

Dotadas de um canto irresistível que atrai os marinheiros para a morte nas águas, as sereias são, originalmente na mitologia grega, seres mistos de aves e belas mulheres. Porém a palavra “sereia” nas línguas portuguesa, espanhola, francesa, italiana e algumas outras é a mesma usada para representar uma criatura fantástica metade peixe e metade mulher. Embora esta sereia tenha alguma similaridade em poderes com a sereia grega, é outra criatura e na arte grega era representada como uma ave com cabeça de mulher ou então como uma mulher com asas e pernas de pássaro. Uma de suas possíveis origens é que eram companheiras de
Perséfone, e que ganharam as asas pelo poder da deusa Deméter, para que a ajudassem a procurar pela filha, quando esta foi raptada por Hades.
Televisão.
 
Tetis
Em Saint Seiya, Tetis é uma sereia subordinada a Poseidon/Julian Solo.
















Camie


Em One Piece, existe uma ilha onde moram tritões e sereias, sendo que destas últimas apareceram duas: Kokoro, viúva do Carpinteiro Tom, e Camie, amiga de Hachi. Foi revelado que, após os 30 anos de idade, as sereias ganham a habilidade de mudar sua cauda para duas pernas sempre que quiserem.


Ha algus mitos que as sereias sao na verdade símios,antessesores dos humanos,que ao se alimentarem só de pesca,tenham desenvolvido nadadeiras para se locomoverem melhor embaixo d'agua.
Tenham desenvolvido fala com os golfinhos e migrem com as baleias.



FÊNIX


A fênix ou fénix (em grego ϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fênix é sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo.
A fênix é repleta de penas vermelhas e douradas que emite raios de luz através de seu corpo e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo relata algumas lendas, como a que é contada por Ovídio, essa criatura teria nascido nas terras do Oriente e se alimentava com incenso, raízes cheirosas e óleos de bálsamo. Sendo muito comum na literatura greco-romana, essa criatura tem também sua representação registrada em diferentes bestiários do período medieval. Diferente de tantos outros animais encontrados na natureza, a fênix tinha a incrível capacidade de se reproduzir sem a necessidade de um parceiro. De fato, a concepção de uma fênix acontecia no momento em que um exemplar se encontrava em seus últimos momentos de vida. A partir do corpo de sua mãe, uma nova fênix surgia das cinzas com a capacidade de viver o mesmo tempo da genitora.
Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto.
Conforme relatos diversos, a fênix poderia viver por exatos quinhentos anos.
No final de cada ciclo de vida, a fênix queimava-se numa pira funerária. A vida longa da fênix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.
Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do século V a.C.. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erroneamente designado por fênix (Phoenix), a palmeira (phoinix em grego) sobre a qual a ave era nessa época representada.
Tendo descrições bastante diversas, alguns escritores dizem que a jovem fênix, após adquirir certo vigor físico, realiza um ritual funerário em homenagem à sua mãe. Ela constrói um pesado ovo de mirra onde deposita os restos mortais de seu genitor. Depois disso, vai ao templo do Deus Sol, na cidade egípcia de Heliópolis, onde deposita o ovo por ela construído. Em geral, diversas culturas, tanto ocidentais como orientais, apresentam relato sobre este pássaro. A lenda da fênix sobreviveu por diversos séculos, chegou a causar uma ligeira polêmica com respeito à sua real existência. No século XVII, o escritor Thomas Browne afirmou categoricamente que uma ave com tais características jamais existiu. Em contrapartida, poucos anos depois, Alexander Ross colocou em xeque esse veredicto ao sugerir que essa ave não poderia ser vista, pois sua vida reclusa fazia parte de seu próprio instinto de sobrevivência. Para além dessas discussões sobre a veracidade da fênix, o seu relato permite a compreensão de valores bastante interessantes ao homem. O mais importante deles se refere à circularidade do tempo e o processo de renovação
das coisas. No momento em que se prepara para a própria morte, a fênix demonstra claramente a limitude da existência. Em contrapartida, salienta a continuidade do mundo no momento em que só pode gerar uma nova vida mediante o fim da sua.
A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade como gregos, egípcios e chineses. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim;
Para os gregos, a fênix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da fênix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza;
Os egípcios a tinham por "Bennu" e estava relacionada à estrela "Sótis", ou estrela de cinco pontas, estrela flamejante;
Na China antiga a fênix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude, da força, da liberdade, e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas. Roxo, Azul, Vermelha, Branco e Dourado.
Os gregos parecem ter se baseado em Bennu, da mitologia egípcia, representado na forma de uma ave acinzentada semelhante à garça, hoje extinta, que habitava o Egito. Cumprido o ciclo de vida do Bennu, ele voava a Heliópolis, pousava sobre a pira do Deus Rá, ateava fogo em seu ninho e se deixava consumir pelas chamas, renascendo das cinzas.
Hesíodo, poeta grego do século VIII a.C., afirmou que a fênix vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida. Outros cálculos mencionaram até 97.200 anos.
De forma semelhante a Bennu, quando a ave sentia a morte se aproximar, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fênix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com ele à cidade egípicia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol.

Citações.

"Existe outro pássaro sagrado, também, cujo nome é fênix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem ao Egito, uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito que a fênix vem quando seu pai morre. Se o retrato mostra verdadeiramente seu tamanho e aparência, sua plumagem é em parte dourado e em parte vermelho. É parecido com uma águia em sua forma e tamanho. O que dizem que este pássaro é capaz de fazer é incrível para mim. Voa da Arábia para o templo de Hélio (o Sol), dizem, ele encerra seu pai em um ovo de mirra e enterra-o no templo de Hélio. Isto é como dizem: primeiramente molda um ovo de mirra tão pesado quanto pode carregar, então abre cavidades no ovo e coloca os restos de seu pai nele,
selando o ovo. E dizem, ele encerra o ovo no templo do Sol no Egito. Isto é o que se diz que este pássaro faz." - Heródoto;

"E a fênix, ele disse, é o pássaro que visita o Egito a cada cinco séculos, mas no resto do tempo ela voa até a Índia; e lá podem ser visto os raios de luz solar que brilham como ouro, em tamanho e aparência assemelha-se a uma águia; e senta-se em um ninho; que é feito por ele nas primaveras do Nilo. A história do Aigyptos sobre ele é testificada pelos indianos também, mas os últimos adicionam um toque a história, que a fênix enquanto é consumida pelo fogo em seu ninho canta canções de funeral para si" - Apolônio de Tiana;

"Estas criaturas (outras raças de pássaros) todas descendem de seus primeiros, de outros de seu tipo. Mas um sozinho, um pássaro, renova e renasce dele mesmo - a Fênix da Assíria, que se alimenta não de sementes ou folhas verdes mas de óleos de bálsamo e gotas de olíbano. Este pássaro, quando os cinco longos séculos de vida já se passaram, cria um ninho em uma palmeira elevada; e as linhas do ninho com cássia, mirra dourados e pedaços de canela, estabelecida lá, inflama-se, rodeada de perfumes, termina a extensão de sua vida. Então do corpo de seu pai renasce uma pequena Fênix, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho - o ninho que é berço seu e túmulo de seu pai - como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do Sol (Heliópolis, no Egito), e perante as portas do sagrado templo do Sol, sepulta-o" - Ovidio.

A Fênix entre os árabes.

O poeta persa sufista Farid al-Din Attar, no livro A Conferência dos Pássaros, de 1177, descreve a fênix:
"Na Índia vive um pássaro que é único: a encantadora fênix tem um bico extraordinariamente longo e muito duro, perfurado com uma centena de orifícios, como uma flauta. Não tem fêmea, vive isolada e seu reinado é absoluto. Cada abertura em seu bico produz um som diferente, e cada um desses sons revela um segredo particular, sutil e profundo. Quando ela faz ouvir essas notas plangentes, os pássaros e os peixes agitam-se, as bestas mais ferozes entram em êxtase; depois todos silenciam. Foi desse canto que um sábio aprendeu a ciência da música. A fênix vive cerca de mil anos e conhece de antemão a hora de sua morte. Quando ela sente aproximar-se o momento de retirar o seu coração do mundo, e todos os indícios lhe confirmam que deve partir, constrói uma pira reunindo ao redor de sí lenha e folhas de palmeira. Em meio a essas folhas entoa tristes melodias, e cada nota lamentosa que emite é uma evidência de sua alma imaculada. Enquanto canta, a amarga dor da morte penetra seu íntimo e ela treme como uma folha. Todos os pássaros e animais são atraídos por seu canto, que soa agora como as trombetas do Último Dia; todos aproximam-se para assistir o espetáculo de sua morte, e, por seu exemplo, cada um deles determina-se a deixar o mundo para trás e resigna-se a morrer. De fato, nesse dia um grande número de animais morre com o coração ensanguentado diante da fênix, por causa da tristeza de que a vêem presa. É um dia extraordinário: alguns soluçam em simpatia, outros perdem os sentidos, outros ainda morrem ao ouvir seu lamento apaixonado.
Quando lhe resta apenas um sopro de vida, a fênix bate suas asas e agita suas plumas, e deste movimento produz-se um fogo que transforma seu estado. Este fogo espalha-se rapidamente para folhagens e madeira, que ardem agradavelmente. Breve, madeira e pássaro tornam-se brasas vivas, e então cinzas. Porém, quando a pira foi consumida e a última centelha se extingue, uma pequena fênix desperta do leito de cinzas.
Aconteceu alguma vez a alguém deste mundo renascer depois da morte? Mesmo que te fosse concedida uma vida tão longa quanto a da fênix, terias de morrer quando a medida de tua vida fosse preenchida. A fênix permaneceu por mil anos completamente só, no lamento e na dor, sem companheira nem progenitora. Não contraiu laços com ninguém neste mundo, nenhuma criança alegrou sua idade e, ao final de sua vida, quando teve de deixar de existir, lançou suas cinzas ao vento, a fim de que saibas que ninguém pode escapar à morte, não importa que astúcia empregue. Em todo o mundo não há ninguém que não morra. Sabe, pelo milagre da fênix, que ninguém tem abrigo contra a morte. “Ainda que a morte seja dura e tirânica, é preciso conviver com ela, e embora muitas provações caiam sobre nós, a morte permanece a mais dura prova que o Caminho nos exigirá”.

A Fênix na literatura ocidental moderna.

Uma fênix é protagonista da novela "A Princesa da Babilônia" de Voltaire. Voltaire faz a seguinte descrição desta ave fabulosa:
"Era do talhe de uma águia, mas os seus olhos eram tão suaves e ternos quanto os da águia são altivos e ameaçadores. Seu bico era cor-de-rosa e parecia ter algo da linda boca de Formosante. Seu pescoço reunia todas as cores do arco-íris, porém mais vivas e brilhantes. Em nuanças infinitas, brilhava-lhe o ouro na plumagem. Seus pés pareciam uma mescla de prata e púrpura; e a cauda dos belos pássaros que atrelaram depois ao carro de Juno não tinha comparação com a sua."

Pintura da Fênix.


MONSTRO DO MAR

Cientistas dizem ter encontrado 'monstro do mar' em deserto no Peru.



Pesquisadores descobriram o fóssil de uma baleia antiga com enormes e assustadores dentes.
Na revista Nature, os cientistas chamaram a criatura, que viveu há 12 milhões de anos, de "Leviatã".
baleia cachalote
Acredita-se que a baleia tinha mais de 17 metros de comprimento e que pode ter travado intensas batalhas com outras criaturas gigantes que viviam no mar durante o período.
A Leviatã era bastante parecida com a baleia cachalote moderna em termos de tamanho e aparência.
Mas é aí que termina a semelhança. Enquanto a baleia cachalote é um animal relativamente passivo, que engole lulas do fundo do mar, a Leviatã era uma agressiva predadora.

"Monstro do mar".

De acordo com Christian de Muizon, diretor do Museu de História Natural de Paris, a Leviatã poderia ter caçado e comido grandes criaturas marinhas como golfinhos, focas e até mesmo outras baleias.
"Era um tipo de monstro do mar", disse. "E é interessante notar que ao mesmo tempo, nas mesmas águas, havia outro monstro, que era um tubarão gigante de cerca de 15 metros de comprimento. É possível que eles tenham lutado".
Os pesquisadores especulam que a Leviatã podia caçar presas grandes, de até oito metros. A baleia capturava outros animais com sua enorme mandíbula e os destruía rapidamente com seus grandes dentes.
Um fóssil do crânio da baleia, de três metros de comprimento, foi descoberto por pesquisadores no sul do Peru, em 2008. Um pupilo de Muizon, Olivier Lambert, estava no grupo.
"Era o último dia da nossa viagem de campo quando um dos nossos colegas veio e disse que achava ter encontrado algo muito interessante", disse Lambert.
"Nós imediatamente vimos que era uma baleia muito grande e quando olhamos de perto vimos que era uma baleia cachalote gigante com dentes gigantes".

Dentes.

Os dentes eram mais do que duas vezes maiores em comprimento e diâmetro do que os
que encontrados em baleias cachalote modernas e estavam localizados na arcada inferior e também na superior.
As baleias cachalote modernas têm dentes apenas em sua arcada inferior.
A descoberta do crânio significa que a Leviathan não é apenas um mito.
Os pesquisadores não sabem as razões que levaram à extinção do Leviatã. Eles especulam que possíveis mudanças ambientais podem ter obrigado a criatura a mudar seus hábitos alimentares.
Isso pode ter levado ao surgimento das baleias cachalote, muito mais gentis, com o nicho carnívoro sendo preenchido por baleias mais agressivas como as orcas quando as condições voltaram a mudar.
Os autores do artigo publicado na Nature são todos especialistas em baleias e fãs do clássico da literatura americana Moby Dick, que relata a história de uma feroz baleia cachalote branca.
Eles batizaram a criatura com o nome científico de Leviathan melvillei, em homenagem ao autor do livro.
Livyatan melvillei é uma espécie extinta de cetáceo odontoceto da superfamília Physeteroidea. Os restos fósseis, compreendendo 75% do crânio, grandes fragmentos da mandíbula e maxila e vários dentes, foram descobertos no deserto de Pisco-Ica ao sul do Peru em 2008, em rochas do período Mioceno de 12-13 milhões de anos. Media entre 13 e 18 metros de comprimento, contando ainda com dentes que chegavam a medir até 36 centímetros. O gênero Leviathan proposto por Lambert e colaboradores possui um homônimo descrito por Kock em 1841, e emendando pelo mesmo autor em 1843, sendo considerado inválido pelas regras do código internacional de nomenclatura zoológica. Lambert e colaboradores retificaram a descrição descrevendo um novo nome para o gênero, Livyatan, derivado da pronúncia em língua hebraica.

Classificação científica:

Reino: Animalia;

Filo: Chordata;

Classe: Mammalia;

Subclasse: Eutheria;

Ordem: Cetacea;

Subordem: Odontoceti;

Superfamília: Physeteroidea;
Género: Livyatan Lambert et al., 2010.

ATLANTIS


Diz-se que atlantis afundou após fracassar em conquistar atenas
Na mitologia é vista como casa de Netuno para os romanos ou Poseidon para os gregos
A lenda da Atlântida, que se manteve sempre viva na imaginação popular, falou também de muito perto a numerosos autores, tendo gerado uma literatura específica, na qual se formularam hipóteses para relacionar sua civilização ao povoamento original da América.
Sede de antiga civilização que supostamente existiu no oceano Atlântico, a oeste da Europa e África, essa ilha do continente lendário teria submergido, há milhares de anos, em decorrência de um cataclismo geológico.

A Atlântida de Platão

A lenda aparece pela primeira vez nos diálogos Timeu e Crítias, do filósofo grego Platão. Numa viagem ao Egito, o legislador ateniense Sólon teria ouvido de sacerdotes de Sais a tradição sobre a Atlântida. Seu neto Crítias, por sua vez, a narrara a Sócrates.
A Atlântida de Platão seria uma ilha vastíssima, perto das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar), e fora habitada pelos atlantes, descendentes de Atlas, filho de Poseidon (deus do mar). Os atlantes, regidos por leis justas e riquíssimos, tinham empreendido a conquista do mundo mediterrâneo, mas Atenas os repelira. Finalmente, a degeneração de seus costumes provocara a ira dos deuses, e um maremoto tragara a Atlântida em um dia e uma noite. Os penhascos que afloravam e o lodo que se acumulou nos baixios tornaram suas paragens, a seguir, inavegáveis.

Evolução do mito

Os próprios neoplatônicos consideraram aquele relato um mito. O Ocidente cristão, na Idade Média, recebeu versões sobre a Atlântida transmitidas pelos geógrafos árabes. Tratando-se de ilha submersa, não figurou na cartografia medieval, que registrou contudo outras ilhas lendárias a oeste da Europa, cuja suposta existência se originou de tradições gregas e célticas. É possível que a localização de algumas dessas ilhas correspondesse a confusas notícias de viagens reais, como no caso das ilhas Afortunadas, identificadas mais tarde com as Canárias.
No rastro da tradição platônica, o renascentista inglês Francis Bacon descreveu em sua obra Nova Atlantis (Nova Atlântida) a cidade ideal dos sábios. No século XVII, o sueco Olof Rudfec valeu-se do velho mito para exaltar o patriotismo nórdico. Durante a Renascença catalã, no século XIX, Jacinto Verdaguer relacionou três fatos em La Atlántida: a submersão do continente, a fundação de diversas cidades hispânicas por Hércules e as ilusões que esses relatos criaram em Cristóvão Colombo.

Origem atlântida dos índios

Depois das viagens de Colombo, ao comprovar-se que ele não havia descoberto as Índias, mas sim um novo continente, surgiram diferentes hipóteses para explicar a origem de seus habitantes, impropriamente chamados índios. Vários autores europeus afirmaram que eles tinham vindo da Atlântida, antes de submersa. Entretanto, já no século XVI houve quem ridicularizasse semelhante origem, como o cronista jesuíta José de Acosta em sua Historia natural y moral de las Indias (1580).
Embora com pouca aceitação nos meios científicos, continuam a aparecer teorias sobre a origem atlântida do homem americano. Os geólogos, em geral, rejeitam a existência da Atlântida como continente, na época do aparecimento do homem na Terra. Para explicar certas correspondências do relevo, da fauna e da flora entre a África e a América do Sul, preferem outras hipóteses, como a teria de Wegener, da deriva dos continentes.
A Atlântida, apesar disso, permanece como tema de doutrinas esotéricas que descrevem em minúcias a história de seus supostos habitantes. A renovação do interesse pela Atlântida a partir do descobrimento da América motivou a publicação de muitos livros e artigos. Em Paris foi criada a Société d'Études Atlantéennes (Sociedade de Estudos Atlantianos), que em 1927 deu início à publicação da revista especializada Atlantis.

domingo, 22 de maio de 2011

GUERRA DOS MUNDOS


Às oito horas da noite de dia das bruxas, em 30 de outubro de 1938, Orson Welles começou a transmitir uma dramatização de "A Guerra dos Mundos" de H.G. Wells pela estação de rádio CBS. Por uma hora ingênuos trechos de música seriam interrompidos por flashes realísticos de radialistas cada vez mais desesperados à medida que iam descobrindo e relatando que explosões em Marte e meteoritos caindo na Terra eram na verdade uma invasão alienígena em pleno curso capaz de vaporizar nossas melhores defesas com ‘raios de calor’. Sete mil homens marcharam contra uma única máquina de guerra marciana, pouco mais de uma centena de sobreviventes sobraram na trágica batalha em Grovers Mill, Nova Jérsei. O nosso mundo estava sendo aniquilado, e essa era a travessura de Halloween de Welles.
welles ceticismoMilhares de pessoas que sintonizaram o programa um pouco depois e perderam o aviso inicial de que uma dramatização estava prestes a começar teriam que esperar quarenta minutos até que uma breve nota da CBS repetisse que o programa de rádio era… um programa de rádio. Nesse meio tempo podia-se ouvir diretamente do front de batalha o ofegar nervoso dos radialistas, os gritos da população, declarações de oficiais do governo americano admitindo uma invasão alienígena mas pedindo por calma e até os sons aterrorizantes de destruição marciana.
O pânico dramatizado compreensivelmente se tornou real, contrariando o inútil e fictício pedido do governo americano. As pessoas que ouviram trechos do programa começaram a fugir desesperadas para lugar nenhum, lotando as estradas; ou tentavam se esconder em celeiros. As mais corajosas carregaram suas armas e saíram à procura dos monstros marcianos, mesmo que acabassem atirando em caixas d’água, razoavelmente parecidas com as máquinas de guerra alienígenas. Houve relatos de pessoas dizendo poder ver as nuvens de fumaça dos campos de batalha, mesmo que os campos de batalha estivessem em uma pacata noite de Halloween. Algumas pessoas até enrolaram toalhas molhadas em volta da cabeça na esperança de se proteger do gás venenoso marciano, ignorando os avisos de que nem máscaras de gás funcionavam. Talvez porque tenham dito que o gás era uma fumaça negra, alguns tenham imaginado que poderiam agir como em um incêndio.
Às nove horas o programa terminava e Welles confortava o público assegurando que o mundo não havia acabado e que tudo havia sido uma brincadeira de Halloween. "… Nós não podíamos ensaboar suas janelas e roubar os portões de seus jardins até o amanhecer … então fizemos o melhor que podíamos. Aniquilamos o mundo frente a seus ouvidos …".
A travessura de Welles mudou o mundo. Na mesma época, o regime nazista já se aproveitava do poder do rádio, mas havia todo um regime poderoso por trás da máquina de propaganda. Welles provou que apenas o rádio, sem todo um regime por trás de si, poderia levar as pessoas a acreditar em algo totalmente absurdo – a invasão do planeta por marcianos – demonstrando o real poder da comunicação em massa. E que demonstração! No dia seguinte os jornais falariam sobre o pânico em primeira página e as pessoas, principalmente as que foram enganadas, estavam indignadas. Houve pressão para que Welles fosse punido e a favor de leis impedindo que algo assim jamais se repetisse. Segundo eles, Welles teria gritado ‘Fogo!’ em um teatro lotado.
Mas esse certamente não foi o caso. É impressionante, mas naquela mesma estação, naquele mesmo horário Welles transmitia regularmente um programa popular de dramatizações, ‘direto do Mercury Theater’. Ou seja, muitos sabiam que aquele programa deveria ser uma dramatização. Além disso, a introdução avisava que Welles apresentaria uma dramatização de ‘A Guerra dos Mundos’. A dramatização ininterrupta durou apenas 40 minutos, quando foi feita uma pausa avisando novamente sobre o programa em andamento. Ao final de uma hora, Welles ainda viria confortar seus ouvintes mais uma vez. A despeito de tudo isso, o programa conseguiu criar um grande pânico, demonstrando que a maior parte das pessoas que se assustaram ouviram pequenos trechos e saíram desesperadas anunciando a batalha interplanetária. O que é uma demonstração ainda maior do poder da comunicação: em poucos minutos, quem sabe em poucos segundos, muitos se convenceram através do rádio ou de pessoas que estavam ouvindo o rádio de que os marcianos estavam nos invadindo!
Quão irônico não é que até hoje pessoas que mal ouviram trechos do programa de Welles ainda são levadas a acreditar em erros. Um dos pilares da UFOlogia popular é o mantra ufológico, segundo o qual ‘Provas de que os extraterrestres estão aqui não existem porque os extraterrestres estão aqui‘. Ou seja, o governo esconde as provas de que os extraterrestres estão aqui porque eles estão aqui e esta revelação supostamente causaria pânico generalizado. E então, do nada se cita o exemplo de Welles e como ele ilustraria o pânico que a revelação de um contato geraria na população.
Que alguém fale de contato com extraterrestres ao citar a transmissão de Welles revela o quanto a desconhece completamente. Welles dramatizou uma invasão alienígena, não um simples contato. Era a dramatização de ‘Guerra dos Mundos’, não de ‘Contato dos Mundos’. Uma das primeiras coisas que os marcianos fazem é vaporizar pessoas. Tudo isso é óbvio, mas algumas pessoas parecem não conseguir entender que uma invasão alienígena certamente causaria pânico, independente de como seja divulgada. Sinceramente, se eu soubesse que há máquinas marcianas andando por aí desintegrando todas as pessoas que vê pela frente, entraria em pânico e não vejo como qualquer pessoa normal não ficaria em pânico por pelo menos alguns momentos. Hoje em dia porém nós já estamos mais vacinados em relação à mídia, e mesmo que a CNN mostrasse vídeos de marcianos pousando muitos procurariam informar-se melhor antes de enrolar toalhas molhadas na cabeça.
É importante notar também que Welles estava pregando uma travessura de Haloween, e que ele pretendia causar certo pânico embora talvez não esperasse ter tanto sucesso. Ao ouvir a transmissão, até se pode compreender como as pessoas se assustaram: a dramatização é muito realista e tem um fôlego de filme de ação. O talento de Welles é indiscutível, e ele é também lembrado por seu filme ‘Cidadão Kane’, considerado o melhor filme de todos os tempos. Se ele queria causar pânico, certamente conseguiria. Ele queria e conseguiu como todos sabemos.
wellesnostradamus ceticismoIsso também mostra o quanto as especulações de que a transmissão seria um tipo de sondagem do governo americano para avaliar o impacto de tal revelação na população são, digamos, mal informadas. Ao ouvirmos a transmissão, fica claro que Welles retrata bem o tom apocalíptico do livro de Wells e que ele pretende nos deixar assustados – se estivermos levando o programa a sério. Fica difícil fazer uma sondagem desta natureza se ela quer claramente causar pânico.
Uma especulação coerente com a dramatização seria a de que nós realmente estamos sendo invadidos por alienígenas de forma hostil e que o governo estaria assim testando a população. Essa hipótese porém logo cai por terra, pois tal teste só seria eficaz se nós estivéssemos sendo invadidos de forma tão hostil quanto os marcianos de H.G. Wells. E os marcianos do livro de Wells eram uma referência ácida ao colonialismo imperialista europeu. Eles eram tecnologicamente su
periores, insensíveis e matavam humanos como moscas, interessados unicamente nos recursos naturais de nosso planeta. Acho que nós podemos estar razoavelmente certos de que isso não está acontecendo, ou você pode ver máquinas alienígenas andando por aí e vaporizando multidões?
A transmissão de ‘A Guerra dos Mundos’ por Orson Welles foi um marco histórico. Levanta grandes questões sobre a comunicação, a psicologia, a credulidade, a cultura e sobre a própria história. O engraçado é que há pouco na transmissão de Welles que seja relevante à própria UFOlogia. Era a dramatização de uma invasão alienígena altamente hostil e gritantemente óbvia que certamente não está ocorrendo, portanto não serve para especulações sobre como a população reagiria ao saber que estamos sendo visitados de forma pacífica ou pelo menos não tão hostil.
Qual seria então o impacto que a revelação de um contato teria na população? A melhor resposta para isso talvez esteja no livro ‘Contato’ de Carl Sagan. Os paranóicos de plantão, que acham que Sagan era um agente de desinformação do governo podem ler em primeira mão como ele imaginou nosso primeiro contato. Pode-se também assistir ao filme homônimo, razoavelmente fiel ao livro e que foi supervisionado em sua parte científica pelo próprio Sagan, um dos seus últimos trabalhos antes que falecesse em 1996. Se quisermos pensar sobre um contato com alienígenas, parece mais sensato falar sobre ‘Contato’ do que em ‘A Guerra dos Mundos’. Pelo menos a ‘Guerra dos Mundos’ de Orson Welles.

CASO ROSWELL

O FBI americano lançou um novo sítio, “uma nova sala de leitura eletrônica” curiosamente batizada de “The Vault”, ou algo como “O Cofre”. Com mais de 2.000 documentos acessíveis e disponíveis para pesquisa e consulta eletrônica com alguns cliques, a iniciativa lembra muito – e alguns diriam, pode soar como uma tentativa deliberada de confundir-se com – o projeto “The Black Vault”, uma iniciativa não-governamental iniciada em 1996 disponibilizando arquivos governamentais que já foram secretos. Além de ser uma iniciativa popular de mais de uma década, o The Black Vault já acumula mais de meio milhão da páginas.
A nova e muito mais modesta versão do FBI vem chamando atenção pelos documentos relacionados a temas como OVNIs, incluindo o Caso Roswell e MJ-12, Mutilações Animais, Percepção Extra-Sensorial e muito mais. Há mesmo os arquivos do FBI de personalidades como Carl Sagan.
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A página inicial do “The Vault” do FBI já deixa claro que todos os arquivos haviam sido liberados publicamente – ainda que nem todos tivessem sido disponibilizados eletronicamente. Ainda assim, supostos especialistas em áreas como OVNIs parecem surpresos com tais documentos. São ufólogos que parecem desconhecer a ufologia, e em especial, um memorando que se destaca e tem sido citado em relação ao Caso Roswell.
Consiste de apenas uma página, de autoria do agente especial Guy Hottel em 22 de março de 1950, endereçado ao diretor do FBI, então ninguém menos que J. Edgar Hoover. O que ele diz soa bombástico:
“Para: Diretor, FBI
Data: 22 de março de 1950
De Guy Hottel, SAC, Washington
Assunto: Informação relativa a Discos Voadores
A informação seguinte foi fornecida ao agente especial XXXXX. Um investigador da Força Aérea declarou que três assim chamados discos voadores foram recuperado no Novo México. Eles foram descritos como sendo circulares em formato, com centros elevados, e aproximadamente 50 pés [15 metros] de diâmetro. Cada um era ocupado por três corpos de forma humana mas apenas 3 pés [1 metro] de altura, vestidos em uma roupa metálica de textura muito fina. Cada corpo estava enrolado de forma similar a trajes usados por [speed flyers] e pilotos de teste. De acordo com o informante Sr. XXXXX, os discos foram encontrados no Novo México devido ao fato de que o governo possui um sistema de radar muito potente naquela área e se acredita que o radar interfere no mecanismo de controle dos discos. Nenhuma avaliação adicional foi tentada pelo agente especial XXXXX relativa ao acima”.
Discos voadores acidentados? Pequenos corpos de homenzinhos em trajes metálicos? Novo México? Radares interferindo com mecanismos de controle dos discos? É natural que quem conheça a ufologia moderna lembre-se de Roswell. Ocorre que este memorando, apropriadamente, não está na pasta referente ao caso Roswell. Infelizmente não está identificada como deveria ao caso de que deriva: o Caso Aztec.

Nunca vi, sempre acreditei

Se você nunca ouviu falar do caso Aztec, mas sim do caso Roswell, é fácil colocar-se a par da história: praticamente todos os detalhes do caso Roswell são originais do caso Aztec. O disco acidentado, os destroços recolhidos e levados para a base aérea de Wright Patterson, os corpos de prováveis e pequenos alienígenas, as propriedades extraordinárias do material do disco voador, mesmo a tentativa do governo de encobrir todo o caso. Todos estes elementos surgiram não com o caso Roswell em 1947 – que só ressurgiria com estes detalhes décadas depois, quando Charles Bertliz finalmente o venderia para um grande público em 1980 – mas sim com o caso Aztec, divulgado em 1949 na coluna da revista de fofocas “Variety” de Frank Scully, que logo venderia um livro sobre o tema.
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Um dos motivos pelos quais o caso Aztec foi rapidamente esquecido é o fato de que toda a história foi criada por uma dupla de estelionatários que seriam expostos alguns anos depois. Sillas Newton circulou a história, promovendo um misterioso “Dr. Gee”, um alto cientista do governo que revelava toda a história, mas que era apenas seu comparsa, Leo GeBauer. Aqui estava o golpe: através de engenharia reversa, a tecnologia alienígena permitiria, entre tantas coisas… encontrar petróleo e ouro. Era um golpe muito antigo de vender máquinas miraculosas a investidores com muito dinheiro e pouco ceticismo, vestido com a mais recente e moderna história, a de um disco voador acidentado.
Newton e Gebauer eram golpistas convincentes, enganando muitas vítimas. Não se sabe se enganaram, ou se colaboraram com Frank Scully, porque o livro “Behind the Flying Saucers”, com todo o conto, vendeu e rendeu muito bem também ao jornalista. É aqui, finalmente, que entra o FBI, Guy Hottel e J. Edgar Hoover.
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Bill Moore rastreou como o conto dos estelionatários chegou ao memorando. Newton contou a história a George Koehler, da estação da rádio local KMYR em Denver. Koehler contou a Morley Davies, que contou aos vendedores de carro Murphy e van Horn, que contaram ao colega Fick, que contou ao editor do Kansas City Wyandotte Echo. A história chegou à mídia, mas depois deste longo telefone sem fio, Newton havia sumido da história e Koehler havia se transformado em “Coulter”. Do noticiário, o conto chamou a atenção do agente do Escritório de Investigações Especiais, que é o agente especial mencionado, e que completou o caminho de Newton a Guy Hottel. Que enviou o memorando ao diretor do FBI.
Em 1998 este memorando, já liberado, provocou certo estardalhaço enquanto alguns pesquisadores OVNI tentaram promovê-lo como prova de que a história do acidente em Aztec, a despeito do envolvimento dos estelionatários, seria real. Como se o fato de que um agente especial tivesse ouvido uma versão da história e não se interessado em investigá-la lhe conferisse alguma credibilidade. Seja como for, o memorando não é nenhuma novidade, e se o FBI não o tivesse listado como um tópico separado em seu “Cofre” eletrônico é possível que não chamasse tanta atenção. E é muito provável que seja logo esquecido outra vez, e então “redescoberto” em mais alguns anos.

Desinformação

Que a história do mais famoso caso ufológico da atualidade, o caso Roswell, tenha sua origem no conto de dois estelionatários pode soar inacreditável, mas em uma área onde os “especialistas” desconhecem a história da própria área a que se dedicam, e em que acreditam, tudo é possível. Você encontrará um livro sobre a suposta queda de discos voadores em Aztec, o próprio livro de Frank Scully, publicado em 1950, mas não encontrará livros sobre o caso Roswell publicados antes da década de 1980. Roswell era uma nota de rodapé na ufologia, conhecido por outros nomes e confundido mesmo com o próprio caso Aztec.
Mas nem tudo se resume a criticar a curta memória da ufologia.
Newton e Gebauer não inventaram a história do disco acidentado do nada. Tudo começou com uma brincadeira publicada pelo editor do jornal Aztec Independent Review em 1948 sobre um disco acidentado com pequenos homenzinhos de Vênus. Uma brincadeira jornalística, como a que circularia mesmo em uma famosa foto logo depois, inspirou os estelionatários. Se o diário de um estelionatário pode ser confiado, entretanto, Newton escreveu que após sua identidade ser revelada, ele teria recebido a visita de dois agentes do governo. Ao invés de silenciá-lo os agentes teriam lhe dito que sabiam que a história era falsa, mas que… Newton e Gebauer deveriam continuar a contá-la! Em troca, eles protegeriam a dupla. Seja a história verdadeira ou não, quando a dupla foi finalmente condenada por estelionato em 1952, receberam apenas sentenças de prisões suspensas.
E então relembramos como esta história absurda, em praticamente todos seus detalhes, seria ressuscitada em associação ao caso Roswell décadas depois. Mesmo o detalhe a respeito de sistemas de radar interferindo com discos voadores ressurgiria, e muitos o julgariam novo, ainda que estivesse lá, desde 1950, vindo direto da imaginação de um golpista condenado. Mesmo os desenhos criados em 1986 para ilustrar o caso Aztec em um livro não muito conhecido parecem ter sido inspiração direta para moldar a imagem muito conhecida da figura da Autópsia Alien em 1995, veiculada a milhões de lares em horário nobre pelo mundo.
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Repetidamente, o caso Aztec figura como um ilustríssimo desconhecido, um marcador que mancha e se sobrepõe em outros casos, sendo ele mesmo sempre esquecido. A situação lembra companhias de cartografia que inserem ruas inexistentes em seus mapas. O objetivo é localizar plagiadores: aqueles que simplesmente copiarem seus mapas, acabarão por copiar inadvertidamente as ruas inexistentes. Apenas aqueles que realmente explorarem o território saberão distinguir as ruas reais das inexistentes.
A ufologia popular reproduz com enorme ênfase os detalhes do conto do caso Aztec, a ponto das ruas inexistentes destacarem-se mais do que qualquer avenida real. Aztec é o marcador que denuncia o triste estado das lendas ufológicas. Será realmente surpresa que basta ao FBI divulgar o memorando Guy Hottel sem oferecer um contexto para que entusiastas e mesmo veículos de mídia tenham automaticamente associado-o a Roswell?
A melhor forma de suprimir uma informação não é negá-la, é deixar que ela se perca em meio a um estrondoso ruído. Como céticos, e ao expor fraudes, pretendemos diminuir o ruído e mapear um terreno desconhecido, mas as ruas inexistentes são por demais atraentes, e muitos preferirão mapas imaginários à realidade que possa existir à nossa frente.